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Quem está sempre ligado nas redes socias, com certeza, viu a repercussão que deu a declaração do empresário Roberto Justus sobre sua separação da empresária e apresentadora Adriane Galisteu. Ele literalmente disse que se separou dela porque “ela fumava e usava brechó”.


O número de brechós cresceu exponencialmente em 2022 e o que era, supostamente, só uma tendência, se tornou um dos mercados mais promissores dos últimos anos, conquistando grandes marcas do varejo nacional, como a Renner que recentemente adquiriu quotas totalitárias da plataforma de revendas online "Repassa".

Esses dados são inspiradores, mas nem sempre foi assim. Eu me lembro quando montei o meu primeiro brechó a vinte anos atrás, a quantidade de críticas e de visitas ao brechó era de proporção diretamente inversa.

O meu trocadilho matemático não foi por acaso, segundo Projeção da Associação Comercial de São Paulo o mercado de brechós movimentou no ano passado R$ 2,9 bilhões. Jamais em minha inocente tentativa de vender roupas usadas, naquela época, imaginaria que isso poderia acontecer.

Mas o que fez com que os brechós despontassem dessa forma em poucos anos?

Não é novidade que o mercado da moda é um dos que mais polui o meio ambiente e concentra pessoas em situação de trabalho análogo a escravidão. A produção em massa, os tecidos sintéticos e os processos de tingimento estão causando impactos negativos significativos, desde a poluição da água até a liberação de gases do efeito estufa.

Movimentos globais como o Fashion Revolution surgiram como uma tentativa de denunciar e amenizar esse problema. Essa iniciativa surgiu em resposta ao trágico colapso do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, em 2013, onde mais de 1.100 trabalhadores da indústria têxtil perderam suas vidas. Tal desastre foi o ponto de virada para muitos, despertando a consciência coletiva sobre as condições precárias de trabalho e os impactos ambientais devastadores da indústria da moda.

Uma das principais iniciativas do Fashion Revolution é a campanha "Quem Fez Minhas Roupas?", que ocorre anualmente na semana que marca o aniversário do desastre de Rana Plaza. Durante essa semana, consumidores, marcas, ativistas e produtores se unem para exigir transparência e responsabilidade. A campanha incentiva os consumidores a entrar em contato com as marcas, questionando-as sobre suas práticas de produção e pedindo por mudanças concretas.

Além disso, o Fashion Revolution promove a valorização da moda circular, encorajando a reutilização, a troca, o aluguel e a compra de roupas de segunda mão. Ele nos lembra que a moda não precisa ser descartável, e sim uma forma de expressão duradoura e sustentável.

A moda sustentável deixou de ser uma tendência passageira e se tornou um movimento revolucionário que está mudando a forma como nos vestimos, conscientizando-nos sobre a importância de cuidar do planeta enquanto expressamos nosso estilo pessoal.

Não podemos negar que ainda há muito preconceito quanto ao uso de roupas de segunda mão, mas ao adotar roupas de brechó, estamos abrindo as portas para um universo de possibilidades. Não se trata apenas de economia e exclusividade, mas de um impacto significativo na redução do desperdício e na preservação dos recursos naturais. É a moda circular em ação, onde cada peça conta uma história e ganha uma segunda chance de encantar.

Mas é possível se vestir bem no brechó?

Vestir-se com estilo utilizando roupas de brechó não apenas é possível como é uma declaração de individualidade e criatividade. Cada peça é única, permitindo que você crie combinações originais que refletem sua personalidade. É uma oportunidade de explorar estilos e décadas passadas, trazendo à tona o charme retrô ou vintage que está em alta novamente.

A moda circular é mais do que apenas adquirir roupas usadas. É um conceito que nos convida a repensar nosso relacionamento com a moda e nossos hábitos de consumo. Ela nos encoraja a reutilizar, renovar e reciclar. Ao renovar uma peça de roupa através da customização ou upcycling, damos a ela uma nova vida, repleta de estilo e personalidade.

Portanto, é hora de abraçar a revolução da moda sustentável e fazer parte dessa transformação. Explore brechós, experimente o upcycling, apoie marcas éticas e compartilhe seu conhecimento com os outros. Vista-se com estilo, mas também com consciência. Seja parte da mudança que o mundo precisa.

Lembre-se, cada escolha de moda importa. Cada vez que optamos por roupas de brechó ou por marcas sustentáveis, estamos enviando uma mensagem poderosa para a indústria da moda.

Juntos, podemos criar um futuro onde o estilo ande de mãos dadas com a sustentabilidade. Então, vista-se com propósito, confie no seu estilo e faça parte dessa revolução!

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